RESILIÊNCIA: definição, enquadramento pandémico e reflexões científicas

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Os destinatários contemplados na ação formativa são:
Psicólogos, Enfermeiros, Pedopsiquiatras, Fisioterapeutas, Terapeutas da fala, Terapeutas ocupacional, Farmacêuticos, Médicos, Nutricionistas, Assistentes sociais, Gerontologistas, psicoterapeutas, psicanalistas, psiquiatras.
Os formandos devem enviar por email no momento da compra:
Foto de cartão OPP ou número de acreditação OPP, juntamente com prova de que exercem uma destas respetivas profissões (diploma, cartão profissional, por exemplo).
Em parceria com:
Módulo 1 - Fatores de resiliência e Fatores de proteção
Esta formação compreende TRÊS (3) MÓDULOS: o primeiro módulo apresenta os fatores de proteção adquiridos à nascença e os fatores de resiliência. O professor e neuropsiquiatra, Boris Cyrulnik, faz a distinção entre estes dois conceitos através de noções teóricas, elementos de etiologia animal e estudos de casos.
Módulo 2 - Resiliência e pandemia
No segundo módulo, Boris Cyrulnik aborda a questão da resiliência em contexto pandémico, realçando a importância dos fatores de proteção para o processo de resiliência neste contexto.
Em 2020, a população mundial foi abalada com a erupção da COVID-19. Para enfrentar a pandemia, o ser humano vê-se posto ao desafio, nomeadamente, na sua capacidade de adaptação (distanciamento, máscaras, confinamento, restrições, etc.). As inúmeras medidas derivadas da pandemia vêm impactando consideravelmente a saúde mental e o bem-estar psicológico de muitos indivíduos. Perante a continuação desta situação extraordinária, o stress psicológico não acaba e até se intensifica.
Módulo 3 - Reflexões clínicas
Na terceiro módulo, o neuropsiquiatra partilha os pontos fortes e os pontos fracos ligados à resiliência com base no 1o congresso mundial sobre a resiliência, que decorreu em Paris, em 2012, onde cerca de 26 países se reuniram para fazer um balanço das pesquisas sobre resiliência. Boris Cyrulnik retoma o conceito de resiliência e responde a perguntas e criticas.
Objetivos de aprendizagem e competências-alvo
Definir os fatores de proteção adquiridos antes de um trauma;
- Reconhecer as formas como o trauma pode impactar sobre cada um de nós, segundo o nosso desenvolvimento e a nossa história;
- Compreender a diferença entre os fatores de proteção e os fatores de resiliência;
- Auxiliar os profissionais da saúde mental nas suas intervenções junto dos pacientes em sofrimento psíquico ligado à Covid-19;
- Reforçar o conhecimento sobre os benefícios da resiliência na terapia a nos pacientes.
Noções abordadas nesta formação
Os fatores de proteção adquiridos antes do trauma;
- Importância dos determinantes genéticos;
- Importância do afeto nas interações precoces;
- A importância da memória na resiliência;
- O pensamento sistémico na resiliência;
- A impressão materna - Paradigma etológico-psicanalítico (Harlow e a etologia);
- O progresso das neurociências na explicação dos fatores de proteção e dos fatores de resiliência;
- De que maneira a genética impacta na gestão das emoções;
- A complexidade da influência do desenvolvimento genético e da história de vida na gestão dos eventos traumáticos;
- A hiper-aprendizagem dos primeiros anos de vida;
- O desenvolvimento da memória;
- A ontogénese da empatia;
- Impacto da história de vida no cérebro e na gestão das emoções;
- Os tipos de vínculos afetivos e a previsibilidade do vínculo – a influência do substituto materno;
- Diferença entre fatores de proteção e fatores de resiliência;
- “Evitar de pensar com um martelo”: importância do sistema complexo;
- A influência das mágoas repetidas;
- O tipo de vínculo é estável ou evolutivo?
- Na ocorrência dum evento traumático, uma pessoa que sofreu de carência afetiva profunda estará condenada ao trauma ou poderá ser resiliente?
- Tutor de resiliência fortuito ou tutor de resiliência construído;
- A contribuição das neurociências na educação;
- O papel da cultura na resiliência;
- Alterar os determinantes sociais;
- O papel e o conceito de violência adaptativa;
- Globalização e pandemia;
- Sobrevivência e dominação;
- Epidemias ao longo do tempo;
- O fenómeno da resiliência após o confinamento;
- Infância e proteção;
- Maternidade e modernidade;
- Os diferentes tipos de resiliência;
- Alguns trabalhos e experiências marcantes sobre resiliência.
Conteúdos de formação & Ferramentas pedagógicas
Esta formação é composta por 15 vídeos que agrupam teoria, relatos de experiências, estudos de casos e perguntas a Boris Cyrulnik.
Vídeo 1: Introdução ao conceito de resiliência. Quais os fatores de resiliência depois de um trauma e quais os processos desencadeados? Serão inatos ou adquiridos?
- Apresentação da experiência com os patinhos;
- Abordagem neurocientífica da segurança, da memória e do imprinting materno;
- Descrição das dificuldades de segurança das pessoas hiper-emotivas e das suas causas genéticas.
Vídeo 2: Abordagem da hiper-aprendizagem em início de vida e da aprendizagem da prosódia.
Vídeo 3: Explicação da experiência etológica de Harlow com os macacos para retomar a noção de segurança.
- Este vídeo permite a compreensão dos benefícios da segurança (aprendizagens, descobertas, experiências) e as consequências da insegurança (comportamentos autocentrados, agressividade, dificuldades de aprendizagem).
Vídeo 4: Descrição da teoria da vinculação.
- Boris Cyrulnik descreve a experiência do balão para demonstrar que a segurança está diretamente ligada à capacidade empática da criança.
Vídeo 5: As desigualdades dos traumas segundo os indivíduos.
- Neste vídeo, Boris Cyrulnik apresenta um caso clínico: 2 gémeos que cresceram no mesmo contexto sociocultural e que, no entanto, têm uma impressão do passado diametralmente oposta.
Vídeo 6: Apresentação da experiência de Colwyn Trevarthen sobre intersubjetividade. O papel do vínculo na experiência.
Vídeo 7: Boris Cyrulnik responde às seguintes perguntas:
- O que significa “pensar com um martelo”?
- O que é a reprodução dos comportamentos?
- Uma criança que não teve fatores de proteção terá tendência para procurar vínculos afetivos inseguros?
- Qual a sua opinião sobre o paradigma segundo o qual toda a observação é um ato de criação?
Vídeo 8: Boris Cyrulnik responde às seguintes perguntas:
- O vínculo afetivo é estável ou evolui?
- Existe alguma ligação entre a teoria de Bergeret sobre o desenvolvimento e a teoria da vinculação?
- Uma pessoa que não tenha adquirido fatores de proteção pode conhecer uma resiliência duradoura em caso de trauma?
- Haverá alguma diferença na resiliência se a pessoa estiver em contato com um tutor de resiliência fortuito (imprevisto) ou um tutor de resiliência construído (pela educação ou pela terapia)?
Vídeo 9: Boris Cyrulnik responde às seguintes perguntas:
- No contexto da educação, qual é a contribuição das neurociências?
- A demora na incubadora é geradora de traumas? No caso de um bébé prematuro, como se constroem os fatores de proteção em relação ao imprinting materno? Existem atitudes terapêuticas aconselhadas?
Vídeo 10: Boris Cyrulnik responde às seguintes perguntas:
- Pode dar-nos um exemplo de caso clínico que demonstre a sua maneira de trabalhar o trauma de um paciente?
- Como lutar contra o determinismo social?
Vídeo 11: Resiliência em contexto pandémico (conceito e papel de violência adaptativa / globalização / sobrevivência e dominação / epidemias ao longo do tempo).
a) O papel da civilização;
b) A violência dos Homens ao longo do tempo:
I) Hierarquia social e violência adaptativa;
II) O papel da tecnologia;
c) Epidemias na história:
I) As pragas;
II) As consequências dessas doenças;
d) O artifício da ferramenta:
I) A fala;
II) O Homem e natureza;
e) Os pontos de partida dos vírus – Ponto de vista histórico;
f) Problema político e de globalização;
g) Hierarquia social e diplomas;
h) Caos e resiliência:
I) Desastre ambiental e resiliência;
II) A psique:
(1) Substância;
(2) A história.
Vídeo 12: Resiliência em contexto pandémico (Crise vs desastre / resiliência após o confinamento / infância e proteção / maternidade e modernidade).
a) Diferenciar crise de catástrofe;
b) Evolução após a catástrofe;
c) Vínculo seguro e vínculo inseguro:
I) Exemplos e consequências do tipo de vínculo;
II) Fatores de vulnerabilidade:
(1) Dar sentido ao trauma;
(2) Parto e depressão.
Vídeo 13: Resiliência em contexto pandémico - Perguntas e respostas.
a) Tem alguns exemplos de comportamentos educacionais que ajudaram as crianças durante a pandemia?
b) Qual deve ser a educação familiar em confinamento? / Podemos falar de resiliência familiar? / Que tipo de política familiar podemos considerar num contexto urgente?
c) A educação familiar ensina-se/aprende-se?...
d) A epidemia mudará o ethos?
e) Ouve-se muito falar, hoje em dia, de economia resiliente e de ecologia resiliente: É pertinente usar estas expressões na situação de pandemia atual?
f) Pode explicar melhor esta frase: “Os povos do norte da Europa diminuíram a intensidade do desenvolvimento dos filhos e assim reduziram os seus níveis de ansiedade”.
g) Quais as suas sugestões para a preservação dos fatores de proteção e de resiliência em pandemia? Como cultivá-los?
h) O que seria, para si, uma sociedade resiliente?
i) A resiliência individual depende da resiliência coletiva e, inversamente, a resiliência coletiva requer resiliência individual?
j) Serão necessários momentos de dissiliência para que surja a resiliência?
k) Terá a resiliência o seu lugar num mundo que vive no “imediato”?
Vídeo 14 : Reflexões científicas - 1o congresso mundial sobre a resiliência (Paris, 2012).
- Retoma de definições da resiliência e dos tipos de resiliência;
- Disparidades dos estudos científicos sobre resiliência entre países;
- Esquema da resiliência;
- Resiliência neuronal e resiliência familiar;
- Períodos sensíveis (a adolescência, o 1o amor);
- O imprinting das línguas;
- Hostilidade epistemológica;
- Pontos fracos na área da resiliência.
Vídeo 15: Reflexões científicas - 1o congresso mundial sobre a resiliência - Perguntas e respostas.
a) A partir de quando se pode falar de resiliência?
b) É possível encontrar um processo de resiliência numa pessoa traumatizada por crimes de tortura durante a guerra?
c) É possível ser resiliente tendo um stress pós-traumático e apesar de pesadelos de noite?
d) Como afirmar a resiliência nas personalidades borderline? Esta resiliência é mensurável?
e) Quando diz que algumas pessoas se dizem resilientes, mas não o são, em que se baseia para afirmar isto?